Um total de 63% dos casos suspeitos de dengue no Rio Grande do Norte não estão recebendo o devido acompanhamento pela rede de saúde. A informação foi dada na manhã de hoje pela subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), Juliana Araújo.
Segundo ela, das 6.643 notificações de dengue nas 13 primeiras semanas do ano, as fichas de menos de 37% foram preenchidas com as informações necessárias, relativas ao paciente e ao caso, e “encerradas”. As demais fichas, quase dois terços do total, estão em branco, ou se resumem a uma informação: “ignorado”.
“Ou seja, os municípios não estão pegando as fichas e trabalhando a vigilância, para saber onde foi o caso, se tinha foco da doença, fazer o trabalho de controle e eliminação do foco. Sem esse diagnóstico não existe combate à epidemia, nem ação oportuna”, lamenta.
Juliana Araújo considera a situação grave. “O Ministério preconiza que 85% dos casos sejam encerrados em tempo oportuno (com todos os dados necessários) e esse prazo não é curto, aceita-se até 60 dias. Sei que muitas vezes o paciente não retorna, mas a unidade ou a equipe do PSF também pode ir na casa do paciente, coletar o sangue para fazer a sorologia. Hoje muitos casos são notificados, jogados no sistema e esquecidos”, aponta.
Os dados estatísticos são considerados fundamentais para o trabalho de combate à epidemia, inclusive no planejamento das ações preventivas. A subcoordenadora afirma que, infelizmente, o problema atinge todo o estado, inclusive Natal.
Ela também alerta da necessidade de solicitação, por parte dos médicos, de exames que confirmem ou descartem os casos, bem como avaliem o sorotipo. “Apelo à classe médica para que requisitem o isolamento viral, até o terceiro dia de sintoma. Se a gente não trabalhar oportunamente na coleta desses casos, não vamos saber, por exemplo, se o sorotipo 4 já chegou aqui”, orienta.
O número de casos registrados este ano já é 870% superior aos notificados no mesmo período de 2010 (681) e também preocupa a multiplicação da dengue hemorrágica, que alcançou 250 registros em 2011, contra apenas 10 no mesmo período do ano passado, acréscimo de 2.400%.
Fonte: Tribuna do Norte
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