A apneia obstrutiva do sono (AOS), transtorno que se caracteriza pela interrupção repetida da respiração durante pelo menos dez segundos à noite, pode ocasionar tanto ansiedade quanto seu oposto comportamental, a depressão.
Quanto maior a gravidade da apneia obstrutiva do sono, maiores os riscos de o paciente apresentar também esses sintomas neurocomportamentais.
A conclusão é da médica Clélia Maria Ribeiro Franco, neurologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
O resultado foi publicado na revista científica internacional Journal of Molecular Neuroscience, em um estudo com a colaboração de pesquisadores de outras instituições de Pernambuco e São Paulo.
Consequências fisiológicas
Foram avaliados 38 voluntários do sexo masculino, entre pacientes do HC e demais interessadosQuase 60% dos participantes apresentavam estresse oxidativo e distúrbios do humor.
“Esses pacientes com AOS apresentaram aumento na produção de radical superóxido e redução nos níveis de nitritos e nitratos séricos, sinais objetivos de um estado de estresse oxidativo”, explica a médica.
Além de sintomas como roncos, pesadelos e insônia à noite, a apneia do sono e o decorrente estresse oxidativo nos tecidos foram associados a sintomas depressivos e ansiosos durante o dia.Ou seja, o distúrbio pode acarretar consequências mais graves do que uma simples noite mal dormida.
O estudo avaliou homens adultos (entre 18 e 60 anos) com diagnóstico de AOS (apneia obstrutiva do sono) detectada pelo exame de polissonografia.
Dos 38 casos estudados, 10 tinham grau leve do distúrbio (quando o índice de apneias/hipopneias está entre 5 a 14,9 suspensões da respiração por hora de sono), 13 tinham grau moderado (índice entre 15 a 30/hora de sono) e 15 tinham grau acentuado ou grave (índice maior que 30/hora de sono).
Nenhum comentário:
Postar um comentário