domingo, 19 de agosto de 2012

MOSCA DO ESTÁBULO PREOCUPA PECUARISTAS EM MT

A mosca do estábulo virou um tormento para os pecuaristas do município de Nova Alvorada do Sul, em Mato Grosso do Sul. A forma defesa do gado contra a mosca do estábulo é manter o rebanho junto. O inseto tira o sono dos pecuaristas, deixa os animais inquietos, irritados.

Na fazenda da pecuarista Ruth Barbosa, a 100 quilômetros de Campo Grande, a mosca incomoda a todos, inclusive os peões. Na propriedade são mais de 700 animais. O ideal seria que eles ficassem soltos no pasto, porém, nos últimos meses, sempre se vê o gado aglomerado.

“Eles não conseguem pastar, se debatem, esbarram a cabeça, as patas, As vacas acabam não dando leite suficiente para os bezerros”, diz Ruth Barbosa, pecuarista.

O que diferencia a mosca do estábulo da mosca doméstica é essa tromba que ela usa para picar e chupar o sangue dos animais. “A picada da mosca incomoda o animal, ele deixa de se alimentar deixa de cuidar do bezerro, a vaca deixa de dar leite ao bezerro”, explica Paulo Cançado, veterinário – Embrapa.

O pecuarista Pedro Horário reclama dos prejuízos que a mosca causa no confinamento. “O gado tem que comer e deitar para engordar, mas ele não consegue, porque logo se levanta, fica se batendo por causa da mosca”.

Os criadores dizem que a mosca já existia na região, mas não era um problema. A situação ficou crítica de um ano pra cá, porque segundo eles, uma usina começou a aplicar vinhaça em maior quantidade nos canaviais.

A vinhaça, um subproduto das usinas de açúcar e álcool, é usada como adubo nas plantações, mas também serve de criatório para as moscas. A usina se defende. “A Agroenergia Santa Luzia fez uma conscientização de todas as equipes de aplicação de vinhaça, para que eles entendam o que é a mosca e quais são as condições que a gente deve evitar, para não haver proliferação de mosca. Segundo ponto: não permitir a aplicação excessiva e acúmulo de vinhaça nas áreas de aplicação”, declara Valmir Viana, gerente da usina.

Os criadores não concordam com as explicações e dizem que no campo a situação é outra. "O problema da vinhaça é a forma como eles estão jogando. Desigualmente, muito em um lugar só e está empoçando, onde a mosca costuma se produzir”, afirma Pedro Horário, pecuarista.

Em Mato Grosso do Sul, essa situação vem se repetindo há três anos nos outros municípios onde ocorreu a expansão da cana-de-açúcar.

FONTE: GLOBO RURAL

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