terça-feira, 15 de março de 2011

Mulheres sofrem com desigualdades na hora de serem contratadas por empresas no RN


Apesar de apresentarem maior grau de instrução as mulheres são menos absorvidas pelo mercado de trabalho e, quando empregadas, ganham menos, geralmente ocupadas em funções de nível mais baixo. A constatação é do Observatório do Trabalho no Rio Grande do Norte a partir de dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apresentados ontem durante o seminário "As Mulheres no Mercado de Trabalho do RN".


Da mudança de perfil na sociedade, de 2001 a 2009, a proporção de famílias chefiadas por mulheres subiu cerca de 36%. Os números apresentados pela economista Maria Virgínia Ferreira Lopes, integrante do Observatório, mostram que 52,7% das mulheres pesquisadas tem ensino superior incompleto e 60,6% concluíram o ensino superior. Outro ponto que chamou a atenção foi a quantidade de mulheres no serviço público; 58% dos funcionários públicos que atuam no RN são do sexo feminino.



Apesar de mais de um terço das famílias do Rio Grande do Norte terem como chefe uma mulher, muitas ainda vivem na solidão e na pobreza. "Ainda temos outros dados que nos dão preocupação, como o fato de 60% das mulheres do Rio Grande do Norte não contribuírem com a Previdência", acrescentou Virgínia.



De acordo com o secretário estadual do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas), Luiz Eduardo Carneiro, o processo de discriminação da mulher no mercado de trabalho é histórico e precisa mudar. "O Brasil foi formado a partir de uma sociedade patriarcal e escravocrata. Já temos muitos avanços para a mulher, mas as mudanças não acontecem num piscar de olhos".



Virgínia Ferreira afirmou que a pesquisa mostra norteamentos e bases para que políticas públicas de inclusão e atenção sejam formuladas. "Nós estamos aqui juntos para lutar e formular políticas para combater as desigualdades", afirmou.

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