sábado, 7 de abril de 2012

A SECA DO MEU INTERIOR .


A Seca que assola o Rio Grande do Norte é a chamada Seca Verde.
Chove, faz sol, passam vários dias sem chover, cria pasto mas não sustenta lavoura. De quem é a culpa, de Deus? do homem? afinal porque o homem do campo sofre tanto? um ano é bom de inverno o outro é seca.

A culpa é simplesmente do homem que está destruindo a natureza e a mesma se revoltando contra ele nas mais diversas formas. O sertanejo que é o que mais sofre com a seca vê suas esperanças perdidas, pois quando não se tem safra no sertão tudo é desgosto para o homem do campo.
Um sertão sem milho verde, sem feijão verde, sem canjica, sem pamonha, sem milho assado, cozido, sem uma melancia vermelhinha quebrada no roçado e degustada ali mesmo, sem o feijão verdinho comido feito macaco espremido entre os dedos, sem tudo isto, o sertão não é sertão.
Vejo assim como um filho do homem do campo e criado no campo que a cada dia que passa o sertanejo vai ficando mais triste e se tornando mais um em retirada para a cidade grande.
O sertão vai ficando deserto e o que antes era roçado, vai servir de pasto para gado de grandes fazendeiros que compram a terra por migalhas e derrubam a mata e transformam tudo em pasto. Mas é assim mesmo, Deus cria o homem aperfeiçoa e ele mesmo detrói é o circulo da vida que não para.
Fico aqui pensando enquanto escrevo esse texto o que não passa na cabeça do homem do campo nesta hora, vendo tudo se perder e ele não poder fazer nada.
O São João, mês de festa no sertão,ja passou, mas o sertanejo tenho certeza como cabra forte e de fé, ainda vai esperar algumas tamboeiras de milho que sobrou na roça, pois a fogueira ja foi feita, e sò resta levantar a mão pro céu e agradecer a Deus pelo pouco que ele conseguiu colher, se é que colheu.

Pois se tem um povo de fé é o sertanejo, ele nunca desiste, é duro na queda, é resistente, é como se diz aqui no interior, eita povo danado, arretado e de sangue no olho. Mas, o próximo ano será melhor, daqui a alguns meses já prepara a terra pro ano que vem e assim segue a vida no sertão

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