sábado, 12 de janeiro de 2013

TERESINA É A CAPITAL QUE MAIS MATA POR HOMOFOBIA EM TODO O BRASIL


O Piauí, em 2012, registrou 15 mortes violentas de homossexuais, deixando o Estado em 3º lugar dentre os que mais matam por homofobia. Desses 15 crimes, 13 aconteceram somente na capital, que é hoje considerada a mais homofóbica do país, com um índice de 15,66 mortes para cada um milhão de habitantes.

Os dados são do Grupo Gay da Bahia (GGB) e foram divulgados no último dia 10. Há 30 anos o Grupo realiza levantamentos a respeito da situação dos homossexuais em todo o país. Os dados trazem ainda um perfil das vítimas. No Piauí, elas foram nove gays, quatro travestis e duas lésbicas. Em Teresina, as 13 vítimas foram gays.

Em segundo lugar dentre as capitais, com uma taxa de 13,47 e um total de 10 mortes, aparece a cidade de João Pessoa (PB). Em seguida, em 3º e 4º lugar, aparecem respectivamente as capitais também nordestinas de Maceió (AL) e Natal (RN). Manaus (AM) foi a capital onde foi registrado o maior número absoluto de assassinatos, 14.

Em todo o Brasil, foram documentados 338 assassinatos de gays, travestis e lésbicas, incluindo duas transexuais brasileiras mortas na Itália. O número representa um assassinato a cada 26 horas. Um aumento de 27% em relação ao ano passado (266 mortes) crescimento de 177% nos últimos sete anos.

Vítimas no Piauí

Em Teresina, as vítimas foram: os gays Romildo Pereira da Silva, 24; Francisco Neto de Oliveira (conhecido como Chiquinha), 35; Valdeci da Silva Pereira, 26; Raimundo Gomes Amorim, 60; João Neto, 18; Marcílio Ângelo Meireles e Nícolas. Os dois últimos sem idades fornecidas.

As travestis Cícero Neto Brás de Sousa (conhecido como Neto Viado), 28; Eliomar Machado de Almeida (conhecido como Marcela), 23; Fernando Candeira Aires Neto (conhecido como Roberta), 26; e José Carlos de Almeida.

As duas lésbicas foram Maria Irene Mendes Frazão, 36 e Maria Cristina de Oliveira, 28.

Fora de Teresina os crimes aconteceram em Capitão de Campos, município da região norte do Estado, onde foi vítima o gay Carlos Alberto de Sousa (conhecido como Dedé); e em Parnaíba, no litoral do Piauí, onde o homossexual Francisco de Assis Mendes dos Santos, 60, foi morto.

Confira outros dados nas tabelas abaixo:

Perfil dos assassinos

Os assassinos também tiveram seus perfis traçados, embora não tenham sido especificados os locais onde os crimes foram praticados. Em todo o país, a maioria dos assassinos (58%) tinha entre 18 e 30 anos. O segundo maior índice foi de autores menores de idade, que correspondem a um total de 15%.

Dentre os assassinos com ocupações identificadas, 10 eram profissionais de segurança pública. Houve ainda dois profissionais do sexo, dois lavradores e dois motoristas entre os autores dos crimes. Um biólogo, um comerciante, um cozinheiro, um ex-presidiário, um faxineiro, um garçom, um mototaxista, um pedreiro e um vendedor ambulante também foram identificados.

Piauí é o 3º Estado que mais mata homossexuais

Com uma taxa de 4,75 mortes a cada um milhão de habitantes, o Piauí é o 3º em assassinatos de homossexuais. Em primeiro lugar aparece o Estado nordestino de Alagoas, com uma taxa de 5,6. Também da região Nordeste, em segundo lugar está a Paraíba, com um índice de 4,9.

Ao todo, 15 pessoas foram mortas no Estado em 2012, o que em número absolutos ainda deixa o Piauí dentre os 10 que mais matam por homofobia, ocupando o 7º lugar.

Impunidade no Piauí é de 60%

Dentre os 15 casos de mortes por homofobia que aconteceram no Estado, 9 não tiveram solução e os acusados continuaram livres. Com isso, o índice de impunidade dos autores dos crimes é 60% no Piauí.

O Estado com maior índice de impunidade é Roraima, em que dos dois casos de homicídio contra homossexuais, 100% não tiveram solução. O maior índice de resolução, com um caso ocorrido e solucionado, foi o Amapá. Em todo o Brasil, a média de impunidade é de 70%.



AUTOR: PORTAL O DIA

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