A dengue tipo 4 pode estar se alastrando pelo país. Depois de confirmações na Região Norte, o sorotipo viral foi encontrado no Sudeste e Nordeste. A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro confirmou ontem o registro da doença em Niterói. Duas irmãs, de 21 e 22 anos, foram infectadas pelo vírus tipo 4 no começo do mês e se recuperam em casa. A confirmação foi feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a secretaria estadual, as jovens não viajaram recentemente, o que indica que a transmissão pode ter ocorrido dentro do estado.
O Piauí confirmou um caso de dengue tipo 4, vírus que reingressou no Brasil depois de 28 anos. A secretaria piauiense registrou o primeiro caso em uma mulher de 17 anos, moradora de Teresina. O governo da Bahia também informou que dois homens, de 27 anos e de 30 anos, foram infectados pela dengue 4, no mês passado. Eles receberam tratamento e passam bem. Depois da confirmação dos casos, o órgão estadual de saúde decidiu intensificar o controle da doença para evitar novos casos.
Antes dos estados nordestinos e do Rio de Janeiro, os casos da doença estavam restritos à Região Norte. As primeiras notificações surgiram em Roraima, em julho do ano passado. O vírus é o mesmo que circula na Venezuela, segundo pesquisadores. O Amazonas e o Pará também confirmaram casos de dengue tipo 4.
A dengue 4 não é mais grave que as outras variações da doença (tipos 1, 2 e 3). Os sintomas são os mesmos: dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, febre, diarreia e vômito. O tratamento também é idêntico. No entanto, a maior parte da população brasileira não tem imunidade contra o tipo 4, aumentando as chances de uma epidemia.
Epidemia
Oito municípios fluminenses enfrentam epidemia de dengue. O número de cidades dobrou em relação ao último relatório semanal divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde. Desde o início do ano, foram registrados 26.298 casos suspeitos da doença. Dezoito pessoas morreram, seis delas na capital (ainda há um caso de uma criança de 1 ano e 9 meses, que ainda não foi confirmado). No mesmo período do ano passado, foram 4 188 casos e cinco mortes.
O governo do Estado tem criado centros de referência para a dengue nos municípios que registraram maior número de casos da dengue. Cantagalo, cidade com a terceira maior taxa de incidência da dengue no Rio (1.315 casos por 100 mil habitantes), recebeu na terça-feira equipamentos para a montagem de três centros de hidratação. Com 480 casos suspeitos da doença, não registrou nem uma morte este ano. “Temos cobertura de posto de saúde da família para 100% da população. Por isso conseguimos fazer o atendimento desde os primeiros sintomas da doença, evitando o agravamento, e a notificação de todos os casos”, afirma o secretário municipal de Saúde, Márcio Barbas.
Dos 480 casos de dengue, apenas um teve complicações - o de uma menina de 5 anos, que foi transferida na sexta-feira passada (18) para o Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, com suspeita de dengue hemorrágica. A criança está fora de perigo.
Além de Cantagalo, na região serrana, enfrentam epidemia Bom Jesus do Itabapoana e Santo Antônio de Pádua, ambas na região noroeste, Mangaratiba, no sul fluminense, Guapimirim e Magé, na Baixada Fluminense, Seropédica, na região metropolitana, e Cabo Frio, na Região dos Lagos.
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