Antes de dar um adeus definitivo àquele namorado que não se decide a encarar o altar, dê uma chance ao pobre. Considere que ele pode sofrer de um distúrbio chamado gamofobia, uma aversão irracional e exagerada ao casamento.
Acredite, é uma doença. Pode ser desencadeada por relacionamentos fracassados na família, mas, de acordo com psicólogos, o maior motivo é a falta de maturidade de alguns homens em assumir a idade adulta. Traduzindo: seu namorado quer adiar ao máximo a adolescência e empurrar lá pra frente maiores responsabilidades. Muito provavelmente, o doente sabe que seu temor é inapropriado e pode até mesmo sentir vergonha dele. O problema é que ele não se sente capaz de superá-lo.
Apesar da frustração, procure não encará-lo como um monstro ou uma aberração da natureza. Afinal de contas, tudo o que faz parte da experiência humana pode ser objeto de fobia: dirigir numa rodovia, pôr a cabeça debaixo d’água ou mesmo falar em público. Até um encontro amoroso é passível de provocar um ataque de pânico em quem sofre da doença. Com o casamento, não é diferente. “Em casos patológicos, fica evidente a relutância do homem em assumir um compromisso e o receio de se envolver. E pressionar não adianta nada: esse tipo de homem necessita passar por um processo de amadurecimento, e isso a terapia é capaz de promover”, explica a psicóloga carioca Tereza Santos.
Por que ele é assim
De fato, todos os homens sentem certo pavor diante do casório. “A diferença é que a maioria tem tempo de vencer essa dificuldade e se entregar, pois no fundo é o que realmente querem – tanto assim que quase todos casam”, afirma a psicoterapeuta carioca Beatriz Kuhn. O fóbico, ao contrário, não consegue seguir em frente e superar antigos traumas. Pelo menos não sem a ajuda de um profissional. “A fobia está invariavelmente relacionada com perdas concretas ocorridas no passado ou com a fantasia de que elas virão a acontecer. Pode ser medo de ficar sem a liberdade, a própria identidade ou a boa vida. Dificilmente encontraremos dois homens com medo do altar pela mesma razão”, completa a terapeuta.
Faça o diagnóstico correto
Será que o seu querido é um gamofóbico? Depende. Antes de classificá-lo dessa maneira, encare a realidade. Muitos homens caem fora só porque não querem casar com determinada mulher. “É uma questão de desejo, e não de doença”, afirma Beatriz Kuhn. “Outras vezes, ocorre o que chamamos de desencontro: ele estava com a pessoa certa, mas na hora errada.” Em síntese, se depois de algumas titubeadas o gato conseguir enfrentar o altar sem precisar de socorro psicológico, não era fóbico. “Queria apenas ter certeza de que você é a mulher que estava procurando”, diz a terapeuta. Caso ele resista à ideia de casar (ou de ao menos morar junto) por anos a fio, o remédio de que você dispõe é consultar um especialista.
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