O ex-agente da CIA John Kiriakou após deixar a corte em outubro de 2012 (Foto: Cliff Owen / AP)
Um ex-agente da CIA foi condenado nesta sexta-feira (25) a 30 meses de prisão e a três anos de liberdade condicional por "vazar" o nome de um agente secreto envolvido no programa de interrogatórios utilizados nas prisões da agência americana de inteligência.
John Kiriakou, de 47 anos, funcionário da CIA entre 1990 e 2004, já havia se declarado culpado em outubro de 2012 diante do tribunal federal de Alexandria (Virgínia), para evitar um julgamento.
"Esta manhã, fui condenado a 30 meses de prisão por um crime de que me declarei culpado", disse Kiriakou ao sair da sede judicial. "Quero dizer que saio da corte com um espírito positivo, confiante e otimista", declarou.
A juíza federal Leonie Brinkema foi muito severa ao pronunciar o veredicto: "30 meses de prisão é uma pena muito leve", afirmou referindo-se a Kiriakou como alguém que "traiu uma sólida confiança".
Kiriakou reconheceu ter divulgado à imprensa o nome de um agente envolvido no programa de interrogatórios de pressão, utilizado nas prisões secretas da CIA onde se encontravam detidos que seriam membros da rede islâmica Al-Qaeda.
Brinkema ressaltou que, se não tivesse recebido a recomendação feita pela promotoria sobre a sentença, teria condenado o ex-agente a uma pena ainda mais dura.
O advogado de defesa, Robert Trout, alegou que Kiriakou se sentiu "preocupado com certas práticas utilizadas contra os terroristas", e que não tinha a intenção de causar dano aos Estados Unidos ou à nenhuma pessoa.
"Ele divulgou nomes com a esperança de que fossem contatados e que também decidissem voluntariamente falar dessas práticas. Ingenuamente, não pensou que a situação sairia de controle", justificou.
John Kiriakou virou manchete em 2007 após confirmar pela primeira vez, em uma entrevista à rede ABC, que utilizou a técnica do "submarino" para interrogar a Abu Zubaydah, detido por pertencer à rede Al-Qaeda. Esta técnica de interrogatório, uma espécie de simulação de afogamento, é considerada uma forma de tortura.
AUTOR: FRANCE PRESSE
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