Quatro meses e 29 dias. Esse é o tempo exato que o brasileiro vai trabalhar, em 2011, para pagar impostos. Ou seja, somente a partir da próxima segunda-feira (30), o salário do contribuinte será para uso próprio.
Estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostra que, este ano, o governo vai arrecadar cerca de R$ 1,45 trilhão em impostos, 11% a mais do que em 2010. O volume da arrecadação, de acordo com o deputado Felipe Maia (DEM), explica a grande quantidade de dias de trabalho para quitar os débitos com os governos federal, estadual e municipal.
Segundo o parlamentar, nos demais países da América do Sul, a média de dias trabalhados é bem inferior a do Brasil. Na Argentina, por exemplo, o contribuinte trabalha 97 dias para o pagamento de impostos. No Chile são 92 dias. Em nações desenvolvidas, os dias trabalhados são semelhantes aos dos brasileiros. Contudo, lembra Felipe Maia, há o retorno em serviços públicos de qualidade. “Na Espanha trabalha-se 137 dias para quitar as contas com o fisco. Os franceses trabalham os mesmos 149 dias que os brasileiros. A diferença é que eles não precisam gastar com saúde, educação, previdência privada ou segurança”, destacou.
Há no Brasil cerca de 74 impostos. Grande parte deles o contribuinte paga sem conhecer sua incidência. Sobre os rendimentos, por exemplo, paga-se Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), contribuição previdenciária e contribuições sindicais. Ao comprar qualquer produto, o consumidor paga PIS, Cofins, ICMS, IPI e ISS. Sobre os patrimônios incidem IPTU, IPVA e ITBI. Além das taxas de limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos e contribuição com a iluminação pública, entre outras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário