domingo, 2 de fevereiro de 2014

Homenagem a Seu Zito (Manoel Vitorino Filho)

SR. MANOEL VITORINO FILHO AO LADO DA GOVERNADORA ROSALBA EM UMA DE SUAS ULTIMAS VISITAS AO MUNICÍPIO.





Manoel Vitorino Filho, 80, descobriu o mundo maravilhoso dos livros e não parou mais, se transformando em referência na cidade de Caiçara do Rio dos Ventos.




Mesmo com mãe professora, o menino nascido para a agricultura não conseguiu romper com a sina do destino. Manoel Vitorino Filho, 80 anos, na verdade queria ser um historiador, mas a necessidade do trabalho no campo foi mais forte.

 Luís da Câmara Cascudo é referência na vida de Seu Zito. Ele sabe, entretanto, que Cascudo também pôde projetar-se por ter condições financeiras. "Eu tinha vocação para ser o que ele era, viu?

 Modéstia à parte. Mas não pude e pronto", conforma-se.




As leituras noturnas foram propiciadas pela luz do lampião no passado e o conforto da luz elétrica de hoje em dia. Em Caiçara do Rio dos Ventos ele é referência por seu domínio em história. "Sou um analfabeto", ressalta seu Zito, como é carinhosamente conhecido. 

A modéstia o impede de considerar-se um homem culto. Afinal de contas norteia-se por princípios éticos do passado.




Aprendeu que deve-se chamar até os mais novos de senhor para manter o respeito e quando der a palavra não tenha medo que ela será cumprida. Nasceu numa família pobre. "Não era miserável", reforça ele, não teve tempo de ir à escola.




A mãe, Joana Eugênia de Andrade, foi professora do município a partir de 1930 quando ele entrava em idade escolar. Mas o serviço na roça era mais importante. "Meu pai era diabético e eu tive que assumir o comando da casa", lembra. 

O irmão mais velho foi estudar, enquanto a Seu Zito como segundo filho, coube gerenciar a família. Até hoje acorda às 4h da manhã para ir ao roçado trabalhar.




Quando começou a descobrir o mundo maravilhoso da leitura na mocidade não parou mais. "Gastei minha vista tentando decifrar o que tinha nos livros com um lampião". Como aprendeu a ler?

 Responde: "Igual papagaio na gaiola". O pai ralhava com ele para não se cansar à noite já que o dia-a-dia de Zito era cansativo. Os livros eram emprestados pelos amigos. "Quando o cabra morria, eu ficava com os livros de herança", brinca.


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